Para aliviar a alma e incrementar palavras...
Bem vindos ao delicioso Pudim de Letras, onde a receita é simples: Bom humor, criatividade, esperança e nem um pouquinho de preconceito.

27 outubro, 2008

Como posso?

Eu já sei como você levanta a sombrancelha quando algo está errado, como deixa as gavetas abertas depois de procurar cuecas, onde ficam os remédios da sua alergia, qual a ocasião para cada fragância do seu perfume, que depois do café quente, você precisar de líquido gelado, que você bebe suco no mesmo copo que bebeu café, que você surfa mais feliz quando tem compania, que você irritado se transforma e que você transformado bate num batalhão de homens juntos.
Com quem mais vou dividir os risos quando lembrar que nós dois achamos graça das pessoas cafonas da rua, que gargalhamos em coro juntos numa situação engraçada...?
Como eu vou viver sem você?

...

15 outubro, 2008

Final infeliz para o conto de fadas?

Perdi a vontade.
Fiquei com preguiça.
Cansei...
A gente tá sempre esperando mais da vida e não recebe. Frusta. Ela perde a moral. A gente fica com vontade de deixar ela de lado mesmo e daí?!
Quem sabe um empurrãozinho de uma linda manhã de sol, do mar de braços abertos e da lembrança do sorriso dele, dos nossos momentos e da vida que parou aqui me façam deixar a preguiça de lado, levantar a poeira, mostrar que mais uma vez eu consigo, e ser surepreendida por mim mesma pelo tamanho da força de vontade.
Mas, cansei...
Já fiz tanto. Já desacelerei, já sorri quando não queria, já achei graça no arroto dele, já dancei sozinha, já passei noites em claro, já esperei para ouvir o que eu queria, já ouvi o que eu não queria, já amei, amei, amei com toda a força que existe dentro de mim... já sorri sozinha e já morri de orgulho da música feita para mim.
Agora falta mais o quê?! Tomar banho gelado no inverno, mudar o meu nome, viver em greve de fome? Tô com preguiça, muita preguiça.
É assim que os contos de fada chegam ao fim.
O cansaço, a preguiça...
Eu ainda acho melhor ter o amor guardadinho aqui dentro e fazer ele renascer de uma forma diferente ao esperar passar e não dar final feliz para o conto de fadas.

Chega né?!

O mundo ainda brilha lá fora. E é assim para os dois.

01 outubro, 2008

Nostalgia


Ele sempre me pegava de surpresa, fazendo eu acreditar que era lembrada nas horas mais corridas do dia. Me sentia importante quando o telefone tocava.

No quarto dele, tinham bolinhas azuis que circulavam por todo o quarto junto com a luz negra, que juntas parecia um show, um espetáculo a parte montando para mim.

Ele me recebia perfumado, sempre.

Aquele homem me surpreendia a cada sorriso.

Sempre verdadeiro, meio sem graça quando eu dizia que estava apaixonada, era assim que a gente levava: Ele tinha os medos dele, eu entregue a paixão fulminante. Ele tinha uns casos a parte, eu também mantinha os meus (para sobreviver a todo esse episódio), mas nenhum dos dois se desrespeitava e os dois mantinham um certo segredo sobre as "fugas" desenfreadas.

Com ele eu tinha uma coisa de pele que eu jamais tive com ninguém.

Delivery. O celular tocava e em 10 minutos eu estava frente a ele cheirosa, de lingerie nova, com um sorriso no rosto e sem nenhuma dor na consciência.

Ele não sabia, mas eu já era dele.

E aí eu me apaixonei primeiro pelas noites que a gente vivia e não demorou muito para eu sentir falta da presença dele também.

Afinal, quando compania é boa, além dos corpos entrelaçados, o coração acaba se unindo no mesmo sentido.

E por quase todas as noites eu adormecia nos braços dele. Pulava da cama as 6 da manhã preocupada de estar invadindo seu espaço e ao mesmo tempo querendo muito fazer parte daquele espaço, daquele mundo que ele vivia.

Chorei muitas vezes, fingi que não queria algumas vezes, me desconcentrei do trabalho, da casa, da vida... sofri.

Porque ele queria aquilo ali e nada demais.

E depois dos carinhos trocados, das gargalhadas, do jantar? Como eu ia para casa com o cheiro dele sem ter nenhuma esperança? Era injusto, mas era a realidade.

Então, por obra do destino, ele começou a sentir minha falta. Fazia questão de estar comigo no final de semana, com os amigos, numa noite de chuva ou num dia de sol.

E foi aí que ele virou eu, e eu virei ele.

Deixei minha vida, revi meus conceitos, mudei minhas atitudes.

Vivi para ele... curti o rock'n roll, acreditei no impossível, deixei meus sambinhas de lado e alguns amigos também.

E ele ali, fazendo valer a pena cada segundo da minha vida.

Me acordando com carinhos, dividindo o café da manhã, me esperando no jantar, vivenciando comigo nossos melhores momentos.

Eu morria de orgulho dele ao lado, e ele sempre receptivo.

E assim foi durante todo esse tempo: cúmplices, amantes, amigos... unidos até o último fio de cabelo.

Já devia estar escrito. E histórias como esta, não tem ponto final.

Mesmo que o dia-a-dia corrido nos faça esquecer do café da manhã, do jantar, do banho juntos, de contar o dia, de desejar boa sorte, de dizer que ama, de dar um abraço, de deitar no peito na hora de domir... nada disso muda o que a gente sente aqui dentro.

E amores como este são eternos, lindos, bem vividos e especiais.

Posso terminar por aqui, mas essa história fica.

E o sorriso lindo que só ele tem também fica grudado em mim como tatuagem.