Para aliviar a alma e incrementar palavras...
Bem vindos ao delicioso Pudim de Letras, onde a receita é simples: Bom humor, criatividade, esperança e nem um pouquinho de preconceito.

21 setembro, 2010

Surtando.

Sábado é dia de casamento. E eu só consegui começar a escrever aqui porque a minha neura me fez pular da cama antes das seis da manhã.
Ontem foi dia de compras no saara. Bandejas, tecido, forminhas, passadeira e um dia inteiro de badalação. Cansa!
Hoje é dia de levar as tags do bem casado no ateliê da Denise Cristina e se eu não pego um táxi, lá se vão uns km a pé. Depois preciso deixar tecidos na costureira, fazer transferência para os fornecedores, autorizar a impressão dos cardápios...
Enquanto a minha cabeça ferve, as minhas pernas doem e o meu celular não para de tocar, eu tenho uma filha de dez anos que grita pela minha atenção. E me desculpa, mas eu não consigo fazer várias coisas ao mesmo tempo.
Hoje eu resolvi começar o dia escrevendo no pudim porque se eu pudesse eu sumiria do mapa.
Só quem me conhece, e convive, sabe o quanto eu ainda fico preocupada, sem dormir e com uma ansiedade do tamanho do mundo antes de acontecer algum evento importante em que a responsabilidade é toda minha. Fico pensado em todos os detalhes, querendo muito que tudo dê certo e que seja exatamente do jeito que foi planejado. Dane-se que eu sou uma só, que eu não dirijo, que o escritório bomba de festas além dessa e o meu cliente não pode esperar até que eu retorne ao escritório, durma bem ou fique mais calma. Esqueço também que tem a Anna Júlia com seu trabalho em grupo, reunião de pais na quarta-feira, psicóloga na quinta e aula de teatro na sexta.
E daí né? Abraça o mundo, se vira nos sete e surta de chorar na segunda-feira a noite, pós saara.
Casamento sábado, churrasco domingo, segunda a sexta escritório e churrasco sábado e domingo, sem pausas.
Não to reclamando não! Mas eu me sinto sozinha... sem ter alguém que se importe tanto quanto eu com todas as outras coisas que citei acima. Alguém que cuide da minha filha, sem ser impaciente, enquanto eu estou fora e que ignore meu temperamento, me leve para jantar e me poupe dos ocorridos do dia. To sentindo falta de alguém que abrace a causa juntinho comigo, achando interessante essa minha persistência, normal a minha preocupação e original as minhas idéias. Que jogue um balde de água fria quando eu estiver surtando e que me ajude a respirar quando eu achar que nada vai dar certo.
...
Alguém se habilita?

E hoje começa mais um dia. Longo dia. Sem poder sumir e estando mais presente do que nunca.