Para aliviar a alma e incrementar palavras...
Bem vindos ao delicioso Pudim de Letras, onde a receita é simples: Bom humor, criatividade, esperança e nem um pouquinho de preconceito.

17 novembro, 2011

A minha verdade.

Não divulgo em redes sociais nenhuma inverdade. Vivo a minha verdade, dentro daquilo que possuo e escolhi. 
Na grande maioria das vezes peco ao escrever demais e falar de menos. 
O fato é que nunca precisei ser fofa, bajuladora até a última gota e ligar para os meus amigos todos os dias pra provar que eu os amo. Os de verdade, me aceitam do jeito que sou.
Não mudo meu ritmo, não mudo minhas escolhas, não mudo minhas regras, não mudo meus sentimentos! Não faço nada além do que acredito, ainda que troque de "crença" algumas muitas vezes.
Gorda ou magra, com espinha, na tpm, com ou sem maquiagem, com um vestido velhinho ou com um super vestido novo, de chinelo, salto ou despenteada... prazer, eu sou a mesma Nubia de sempre.
Independente de todas essas pequenas coisas que enchem de frufru apenas o eu exterior. Prazer, eu sou só sorriso.
Vou enfeitada de mim mesma e batendo palma porque mesmo tão cheia de falhas, medos e insegurança, sigo vestida de humildade, carisma e delicadeza.
Já no exterior, na casca, eu enfio qualquer coisa no pé, qualquer vestido leve - afim de esconder o que sobra da barriga -  e vou ali ser feliz, sem volta.
Ainda que exista vida além do cabelo escovado, do carro do ano, da roupa de marca, da ignorância e dos inúmeros amigos que acreditam na inverdade que se expõe na rede social, ainda assim eu não troco por nada minha vida de verdade, meus sentimentos de verdade, meus amigos de verdade, minha alegria de verdade e minha simplicidade de verdade.
Porque sabe o que se leva dessa vidinha medíocre daqui? Todas os inúmeros pertences que se escondem por trás da casca. Sejam eles positivos ou negativos. Viu o tamanho da responsabilidade?

17 outubro, 2011

Ainda bem...

...que quem me conhece sabe que eu minto.

http://sitioveredas.blogspot.com/2011/10/fernanda-diego.html

Desapegar? Oi?

26 setembro, 2011

Desapego.

Desapegar: Fazer perder a afeição, perder o interesse, o empenho por; largar; soltar-se; desagarrar-se.

No dicionário parece fácil. Aperta o botão e vira a página. Na vida real e especialmente para mim o desapego tem sido muito doído.

Faz uma semana que encerrei as minhas atividades no Sítio Veredas.

Como forma de grito por uma vida mais independente e dentro dos padrões de um ser humano normal, que não tenta abraçar o mundo, centralizar tudo e fazer mais do que aguenta, eu resolvi virar a página. Resolvi seguir meu rumo, que na verdade nem eu sei qual é... 

Como tudo na minha vida, a borboleta sempre em metamorfose ambulante, decidiu cortar o cordão umbilical sem nada previamente pensando, estudado ou planejado e apertou com pressa o botão OFF sem ao menos se despedir.


Optei em passar mais tempo com minha filha, em sorrir quando meu marido chega em casa, em me dedicar à faculdade, escrever, pesquisar sobre as coisas que eu gosto, optei em um pouquinho de tempo de sobra sem querer me enfiar debaixo do edredom e dormir, dormir, dormir...


Mas o que mais dói é que também optei em não sentir frio na barriga antes de começar um evento, optei em não ganhar um abraço de agradecimento após uma festa, em não estar presente nas festas que faço há 5 anos... em não colocar um fru-frú na caipirinha, um cheirinho no banheiro, uma mesa de café da manhã bonita... 

Estou em breve luto. Não por estar infeliz, mas por morrer de dó de passar adiante o meu jardim, tão cheio de flores e lindas histórias cultivadas durante todos esses anos.

Encontro-me inteiramente disponível para mudar o rumo da prosa e fazer com o mesmo carinho tudo o que eu fiz por aqui. O portfólio vocês já conhecem... 

16 agosto, 2011

TPM.

Eu até resolvi vir aqui para afogar as mágoas e escrever muitos desaforos...
Mas algo me diz que nesse estágio feminino, é melhor nem começar né?


04 julho, 2011

Amor bom, é amor fácil.

Toda vez que eu insisti com quem não estava interessada deu errado. Toda vez que tentei escalar o muro da indiferença foi inútil. Ou descobri que do outro lado não havia nada. Na minha experiência, amor é um território em que coragem e a iniciativa são premiadas, mas empenho, persistência e determinação nunca trouxeram resultado. (Ivan Martins - editor da revista Época)

Amor bom é amor de novela. Fácil, exagerado, bonito e no final sempre termina com aquele clima de família em festa, acompanhados de seus bebês gorduchos. 
Amor assim, que se é correspondido sem precisar falar nada, sem precisar chegar junto e fazer cena, sem precisar escalar o tal muro da indiferença.
Amor onde a primeira conquista é o olhar, aquele que sem dizer nada, diz tudo. Olhar que deixa claro que você já pode acompanhar.
O amor não é nada discreto. É gigante, sem vergonha, que grita, canta, dança e comemora!
É não precisar esperar... e nunca ter que voltar ao fim da fila para assumir um novo papel.
É cúmplice, correspondido em dose dupla, sem sustos.
Definitivamente o amor não é um campo de batalha. É natural, sem guerras.

Se é que existe amor de novela é esse que quero pra mim. Amor com iniciativa, inteiro... sem que se corte os laços por medo de estragar.

Cafona ao extremo. Com direito a música, apelido, poesia e indiscrição. 

Desculpa, mas se não for assim não quero.

03 junho, 2011

Paiê.

É um dos meus maiores amores!
Tanta afinidade e exatamente iguais em caráter, gênio e simplicidade.
Meu pai é um homem de respeito. Inteligente, sensível, de gargalhada fácil, com um sorriso lindo que me faz lembrar minha vó...

Tão sensível que ainda guarda com ele o jornal amarelado que lia na sala da espera no dia que nasci e diz com os olhinhos brilhandos que ele sonhava comigo antes mesmo de eu existir.
É amor de transbordar o coração, é orgulho de encher o peito. Como posso não me emocionar escrevendo sobre ele?

Me ensinou a respeitar as pessoas, ouvir boa música, ter humildade, fazer planos, preparar o futuro... ele também me ensinou a economizar, mas essa parte eu ainda faço questão de não aprender. ;-)

Ele está do meu lado sempre. E esteve mesmo quando não fazia idéia da próxima besteira que eu ia aprontar.
E mesmo que em alguma época da vida eu tenha achado seus discursos incansáveis um pouco falido, hoje passo adiante com credibilidade e toda a certeza de que era  amor.

Me protegeu enquanto pôde. Me protege hoje, que eu sou extremamente dona do meu nariz e com idade suficiente para ser responsável pelos meus atos.
Estende o abraço e o conforto à minha filha, que infelizmente não teve a mesma sorte de ter um pai como o meu. É pai-vô em tempo integral e ama como a mesma intensidade a extensão de mim.

Hoje é dia de festa! 
Eu, ele e a nossa família vamos jantar juntos. O prato principal é o feijão com tudo dentro, que ele - também - me ensinou a gostar. Comemorar mais um ano de vida dele, com mesa cheia, arroz e feijão, gargalhadas, histórias, causos, vida! Muita vida!

04 março, 2011

Foliã.

Ela nasceu em vinte e quatro de março de dois mil. Um pouco depois do carnaval.

E eu me lembro bem quando o médico veio ouvir o coração pela última vez, de dentro da minha barriga. Comparou as suas batidas, à bateria da Mangueira a todo vapor no carnaval.

Com os meus recentes dezessete anos, foi a primeira vez que eu me senti mãe. Ali, na ante-sala de parto, eu tinha certeza absoluta que estava a poucos minutos da estréia de uma pequena extensão de mim.

Muitas dores, muito medo, nenhum juízo e uma única certeza: a escolha era minha.

Trinta e seis semanas, quase nenhuma barriga, muita dor, culpa...

Raiou a luz na sala de parto. Envergonhada pela minha nudez, num choro contido, quase sem lágrimas, estreou Anna Julia.

Pouco peso e dona de uma saúde invejável. Estranha a sensação que senti a primeira vez que a peguei no colo. Era minha! Eu não queria devolver pro berçário.

Olhava os dedinhos, as orelhas... Fiquei um tempo considerável na porta do berçário, eu e ela. Senti uma coisa única. A boneca que eu tanto brincava na infância, agora tinha criado vida!

Já se passaram onze longos anos. E eu quis muito que ela crescesse logo para não precisar mais da minha ajuda no dever de casa, para eu não ter que escolher a roupa depois do banho, para eu não ter que decidir tudo por ela. Na verdade eu queria que ela não me desse mais nenhum trabalho.

Ora, ela cresceu! Tem vida própria!

E eu ensinei muitas coisas que serviam para “se virar sozinha”. Ela insiste em não querer aprender, porque tudo o que ela mais quer é estar sempre em minha companhia.

Só que hoje, aos quase onze, ela debate, fala o que sente, escreve e é intensa, assim como eu.

E não sei se é correto repreender, fazer sermão, garantir que eu to fazendo alguma coisa e deixar se perder a leveza da minha foliã tão cheia de vida, criatividade e autenticidade.

Se ela não fosse quase do meu tamanho eu pegava pelo braço e levava para brincar de pique - esconde, andar de bicicleta, correr e gastar bastante energia. Mas hoje, depois da minha insistência para ela crescer, ela acha tudo tão chato, tão óbvio, tão sacal e uma grande “pagação de mico”.

É nessas horas que eu queria muito que a sua infância inocente voltasse com toda força, e rever pequenininha, dando os primeiros passos, sujando muitas fraldas e me fazendo acordar de mau humor todos os dias às seis da manhã.

É carnaval, e deu uma saudade absurda daquele primeiro barulho, que parecia mesmo a bateria da Mangueira estremecendo para entrar na avenida e se fazer campeã.

10 fevereiro, 2011

Sonhar é grátis.

Na análise aprendi que não tenho que esperar as coisas serem como eu sempre sonhei, mas que eu definitivamente preciso reconhecer que elas podem ser completamente diferentes do meu planejamento e ainda assim eu ser muito feliz, obrigado.
Aprendi também a refazer na minha cabeça tudo o que foi dito naquela salinha, tentar compreender cada causa, negociar comigo mesma e fico absurdamente curiosa quanto a capacidade de alguém conseguir enxergar tanto além de mim.

Por isso, depois de mais de um mês longe daquela salinha eu voltei enlouquecida. Com muitas coisas para falar e ter alguém para - pelo amor de Deus - me ouvir.

E falei sobre meus sonhos...

Com tanto talento para tal, eu posso imaginar qualquer detalhe, como se fosse real. Posso até me emocionar imaginando o final feliz das minhas neuroses.
Sonhar é gratuito, fácil, inspirador!

Me senti amordaçada quando fui interrompida por um sacode - quase igual de mãe. "Nubia, hora de colocar os pés no chão! Você não pode viver sonhando e frustada porque não aconteceu exatamente da forma como você sonhou!"
Fiquei muda. "É, tem razão."
Me deu preguiça de continuar falando que sonhar era o combustível da minha vida.
Senti angústia porque pelo menos naquele dia - ou pelo menos sobre esse assunto - eu não queria ter mais alguém para discordar. 

Me achei infantil, mimada, burra. Concordei.
Depois discordei.
Concordei, de novo, e cheguei a conclusão de que podia estar perdendo mesmo muita coisa bacana porque eu vivo de faz de conta.

Foi ouvindo "Luz dos Olhos", ao entardecer, que eu fui invadida por um sentimento inexplicável...

"E eu vou guiando 
Eu te espero, vem?
Siga onde vão meus pés
Porque eu te sigo também.
E eu te amo!
E eu berro: Vem!
Grita que você me quer
Que eu grito também!"


... que me fez mudar de opinião em um segundo.


E na próxima sessão de análise vou dizer de forma clara e taxativa que eu não quero colocar os pés no chão. A minha imaginação tem asas. Asas de borboleta.

(E ela que se vire com essa informação!)