Para aliviar a alma e incrementar palavras...
Bem vindos ao delicioso Pudim de Letras, onde a receita é simples: Bom humor, criatividade, esperança e nem um pouquinho de preconceito.

25 novembro, 2009

Quem ele pensa que é?

Eu não gosto muito de comentar isso por aqui. Aliás, todos os textos e comentários que fiz eu acabei deletando depois.
O fato é que hoje estou furiosa. Furiosa com o descaso e a falta de respeito com o ser humano - minha filha.
Quem conhece nossa história sabe bem o quanto foi duro tudo o que vivemos juntas. Do comecinho até os dias de hoje.
Quem me conhece sabe que eu só tinha apoio da minha família e que a família do lado de lá é tão ausente quanto sentir frio no verão carioca.
E quem me conhece sabe também que todo alimento, educação, roupa e lazer que ela teve até hoje veio dos bolsos suados do meu pai, minha mãe, eu, as pessoas que gostam dela e estão presentes e do meu companheiro querido.
Mas, com tanto descaso de combinar e não aparecer e 10 minutos na porta da escola ser suficiente para matar “saudade” de sei lá quantos anos e isso ter rendido dias de choro para a minha filha foi que eu resolvi que não basta só ser genitor tem que participar. Reabri o processo de alimentos.
O rapaz do lado de lá me deve alguns mil reais de atrasos e o defensor de justiça ter aparecido na casa dele, para a sua surpresa, o trouxe até a nossa casa no mesmo instante. E por algum momento ele lembrou o caminho daqui e veio pedir que o processo fosse extinto. Óbvio que eu não hesitei em lhe falar algumas dúzias de verdades porque agora eram dois adultos jogando contra. E isso não é covardia.
Eu sou completamente leiga e imbecil quanto a assuntos relacionados a direito. Mas, ao consultar o site do TJ achei alguma coisa sobre um processo aberto por ele juntamente com um defensor público pedindo “requerimento de tutela” e depois do choque comecei a pesquisar na internet o que podia significar os autos do juiz. Não cheguei à conclusão nenhuma e ainda não sei o que significa, mas o fato é que se for tutela de ser tutor, de ser responsável – e eu não duvido de tamanha cara de pau - é piada não é? Alguém que mantém distância durante anos, que não sabe nem quando fica doente, que não comparece à festa de pai do colégio e que não entra nem em contato nem via celular querer ser tutor?! Tutor de quê?! Tutor de quem?! Se nem na própria vida se faz presente. Se nem emprego ele possuía até dois meses atrás? Humor negro. Humor negro dos brabos.
E nós que damos duro, chamamos a atenção, educamos, levamos no colégio, assistimos reuniões de pais, fazemos terapia com psicóloga, levamos ao médico e damos todo o amor e carinho do mundo... Mesmo com a vida corrida e cheia de altos e baixos. Filho é prioridade. E até eu aprendi isso.
O rapaz do lado de lá ignora os aniversários, natais, dia dos pais e todos os e-mails, conversas e todas as tentativas que eu já fiz. Já pôs outro filho no mundo sem nem ao menos ter resolvido com essa daqui. Só lembra o número do meu celular para falar do processo e nada mais. Ele nem sabe que a minha filha escreve poesias, quer ser veterinária e ama ler. E isso sim é covardia.
Fica a pergunta: Quem ele pensa que é?

22 novembro, 2009

Muito Carioca

Semana passada estive em São Paulo. O motivo é sempre bom, claro. Visita aos primos do Dani, que agora são meus também.
Mas, além disso, fui testemunhar o casamento do meu querido primo campista-carioca, que acabou virando "paulista".
Uma pena que minhas idas são tão curtas e eventuais que me impedem de visitar os meus queridíssimos amigos paulista também.
Pousamos na grande cidade cinza, como costumo chamar. Gente engravata, carros, carros e mais carros, o que causa uma grande diferença para a carioca aqui, que usava vestido branco e sandália.
No supermercado, mesmo com trinta e poucos graus, não ver as pessoas com biquíni e óculos escuros comprando os ingredientes do churrasco é definitivamente estranho. E o que me parece é que as pessoas são mais sérias, que trabalham na sexta até as 21 horas e tem aula de golfe no domingo de manhã.
É estranho acordar no final de semana e não ir à praia. Eu sempre tenho a sensação de prisioneira, cercada de imensos prédios por todos os lados. Prisioneira da cidade grande.
Voltando para casa e já no primeiro pé que coloquei para fora do avião senti aquele bafo quente de Rio-quarenta graus e quase caí de joelhos agradecendo por ser carioca.
Paramos no primeiro posto depois do galeão e ao nosso lado parou um carro com um rapaz sem camisa e óculos escuros. Não me contive e festejei: Estamos no Rio!
O fato é que não sei se São Paulo combina com verão ou com gente informal, como eu. É que as pessoas são chiques, bacanas, usam maquiagem e salto alto todos os dias.
Claro que é uma maravilha ir até lá, São Paulo tem restaurantes ótimos e programais culturais bacanérrimos. Mas eu sou carioca demais para conseguir ficar mais de três dias. Que me desculpem os paulistas...
Eu gosto é disso aqui. Engarrafamento só no final de semana de sol, gente seminua, carros de vidros abertos, pranchas no teto, loja de conveniência lotada, shopping vazios, short jeans e havaianas.
Carioca demais para a terra da garoa.