Para aliviar a alma e incrementar palavras...
Bem vindos ao delicioso Pudim de Letras, onde a receita é simples: Bom humor, criatividade, esperança e nem um pouquinho de preconceito.

21 junho, 2009

Quem casa, quer casa

Quando alguém resolve casar, organiza-se uma festa, convida os amigos, escolhem-se o cardápio, as bebidas... Enquanto isso também se escolhe os móveis, os jogos de cama, a cor do sofá, os quadros para decoração... Isso tudo porque algum tempo antes se escolheu o lugar para morar.
Aí vem a festa, os presentes, os amigos, depois a viagem de lua de mel que é aonde o casal vai para se curtir, ficar junto em algum canto do mundo até chegar a hora de dormir pela primeira vez na cama nova, com o jogo de cama com a quantidade de fios escolhida pelos dois.
Passando uns anos pensa-se em alguém para completar a casa. Aí se tenta um filho. De novo um projeto. Agora, escolhem-se os móveis do quarto, a cor das paredes, os kits de enxoval do bebê... e curte-se a barriga, faz fotos em estúdio fotográfico, arruma as gavetas.
Chega o bebê: “cara de um e focinho do outro”. Começa a guerra: choro faminto da madrugada, trocas e mais trocas de fraldas, cólicas, pediatra mensalmente e logo, logo alguém engatinhando na sala de estar e deixando seus queridos objetos de decoração em frangalhos. Mas isso tudo não tem a menor importância. Foi planejado, foi elaborado, foi projetado e você tem par.
Eu já comecei errado. Engravidei aos 16. Passei por toda essa fase de ter bebê sozinha...
Arrumei um emprego aos 17 (o primeiro) e com o dinheiro do meu salário pequeno sustentava a bebê com fraldas e muitas mamadeiras. Sozinha.
Quando eu me apaixonei pelo meu atual companheiro foi muito profundo, muito forte. Eu não namorei, não fiz planos...
Devido a isso eu não escolhi o cardápio da festa, a casa e muito menos o enxoval e provavelmente não chegaremos a decorar o quarto do bebê por escolha dos dois. Eu já tenho a minha.
Eu caí na casa onde moramos hoje, que é dele, de pára-quedas. A estrutura da casa não estava preparada para receber ninguém a mais.
Mas, como tudo na minha vida parece ser de trás para frente, depois de me inserir com toda a felicidade do mundo na casa alheia, resolvemos escolher os móveis, os acessórios da cozinha e... e só! Os lençóis continuam os velhos, as toalhas também e os problemas idem.
Nós dois trabalhamos em casa, ele com web e eu com eventos. E aqui virou o lar, meio família demais, meio trabalho demais, sabe como?
Quando estamos trabalhando juntos rola um arranca rabo, é fato. Porque mesmo que não tenha nada com firma reconhecida, somos praticamente sócios e batemos de frente como todo bom administrador.
Mas, como a casa, o trabalho e a família ficam todos no mesmo ambiente, fica difícil saber separar as coisas.
A conclusão: Quem casa, quer casa. E quer casa transformada num lar, onde a castanha de caju é nossa e ninguém come, onde o telefone não toca no domingo às 8 da manhã com alguém do outro lado querendo informações, onde você pode receber seus amigos sem ter alguém perguntando até que horas vai a festinha, onde nós preparamos um jantar e não vem alguém, que não foi convidado, sentar à mesa, onde conseguirmos dormir até tarde sem barulhos extras, onde possamos pintar a cozinha de verde limão e a escolha é feita somente por nós, onde não haja máquina de lavar e secar comunitária, onde o chuveiro seja só nosso, um lar que estivesse livre de problemas do dia-a-dia, um lar normal que você sai do trabalho e fica morrendo de vontade de voltar logo para casa.
Ah, meu sonho.
Mas, como eu sou levada, sempre trapaceio o destino e mudo a ordem natural e normal dos acontecimentos... Porque que eu quero escolher a casa, lençóis e toalhas novas, fazer a festa, viajar em lua de mel e mais para frente decorar o quarto do bebê e passar pela mesma fase que eu passei sozinha com alguém do lado? Por quê?
Será que é merecido depois de me jogar de cabeça e sem cautela em todas as situações onde a paixão fala mais alto?
A sagitariana aventureira está sentindo o peso nas costas de tomar as decisões certas na hora errada, só porque quer viver demais e tão intensamente que fica impossível esperar.

4 comentários:

Solange Maia disse...

Te entendo... um texto tão humano, tão a cara de tanta gente, tão cheio de sonhos e de desejos...
E que saber o mais ?
Você sonha, e isso é o máximo !!!
Acho que qualquer dia desses você vai ter tudo isso, mesmo que as avessas...

Adorei o cantinho aqui, viu ?

Beijo,

Solange

Quando der dê um pulo aqui :
http://eucaliptosnajanela.blogspot.com

Sempre querendo saber disse...

De atropelo e dar passos maiores do que as pernas eu entendo...rs rs
E sabe pq?Pq eu tbm sou assim,sempre fui assim e pra te ser sicera:Não sei se ainda mudo!!!
Mais quero,isso atrapalha as vezes né?
Bjim moça e obrigada pela visita la no meu canto(Estávamos sumidas né?rs)

Rebeca disse...

Concordo!
ahahaha adorei o texto :)

beijinhos!

Carol Rocha disse...

Nú... muito meu momento esse texto... vc sabe né!!

Quero sim um chuveiro só meu, acordar a hora que quiser sem ng gritando "tá na hora de trabalhar, hein Dona Carol", ver o canal que eu quiser, sair sem dizer pra onde e que horas eu volto...
aaaaaaa qta coisa!!!

Podiamos conversar isso pessoalmente hein... kd nosso chopinhu :(

Beijosssss