Para aliviar a alma e incrementar palavras...
Bem vindos ao delicioso Pudim de Letras, onde a receita é simples: Bom humor, criatividade, esperança e nem um pouquinho de preconceito.

30 agosto, 2010

Descoberta.

Comecei a trabalhar aos 17 anos.

Já tinha uma filha quando entrei no mercadinho da esquina pedindo um emprego de qualquer coisa. Eu precisava não depender de alguém para comprar o leite da criança. Diante da minha humildade, por ser mercado de bairro e talvez até por acharem engraçado eu responder que poderia limpar chão, quando questionada sobre o que eu queria fazer lá... Fui contratada! Para minha surpresa e com meu rostinho bonito, resolveram não me contratar para limpar chão, e aí fui ser auxiliar de escritório. Foi a primeira vez que tive acesso à internet.

Depois fui trabalhar numa locadora de vídeos, fábrica de prancha, imobiliária, escola... E até me aventurei abrindo outra escola com mais sete sócias – que não deu certo, claro. Trabalhei como recepcionista de um escritório chique e deste sai de fininho, sem voltar para pegar nenhum tostão, depois que um dos chefes surrou a mesa porque entreguei café com açúcar quando deveria ser só café. Aproveitei o rostinho bonito novamente e fui trabalhar no shopping, depois voltei para a mesma imobiliária que tinha saído a alguns anos atrás... Diante das minhas contratações frustradas eu nunca pude escolher o que ser quando crescer. Me descobrir como? Vendo se eu tinha habilidade para ser caixa na padaria?

Meu marido empreendedor tinha duas empresas e não conseguia mais dar conta dos eventos.

Sabe o que significa cair de paraqueda? Se você não sabe, tem sorte.

Pois é, eu não sabia nada de eventos, não tinha a menor noção de como montar uma festa e nem como trabalhar com números. Continuamos "sócios" até hoje, querendo “pedir demissão” toda semana, mas continuo aqui abraçando a causa. Nunca trabalhe com o seu marido! Mas se trabalhar ame incondicionalmente o que você faz.

Foi no meu primeiro ano trabalhando no Sítio Veredas que assustadoramente tivemos o maior movimento. Todos os dias de novembro e dezembro fechados.

Com um dinheirinho extra e inesperado resolvemos mobiliar a nossa casa.

Foi aí que surgiu a paixão por decoração!


Assinei de cara: Casa Cláudia e Casa e Jardim. Depois fiz curso de decoração no SENAC, onde minha professora - Elizabeth Esquenazi - era incrivelmente fantástica e fez eu me apaixonar ainda mais. Visitei apartamentos decorados, aprendi a desenhar planta, a usar metro, a planejar...

Vi que decorar era simples precisava só de bom gosto e que eu podia começar a brincar aqui mesmo, no meu trabalho.

A empresa do meu marido desenvolveu um portal de casamentos e eu acessava o site de todos os fornecedores cadastrados.
Tinha tanta coisa cafona no mercado, que eu resolvi assinar de cara: Festa Viva e Decorando Casamentos.

Foi aí que surgiu a minha paixão por casamentos!



Virei leitora assídua de todos os sites e blogs que são sobre casamentos. E praticamente uso uma hora do dia para pesquisar novidades, tendências e admirar os profissionais que eu me identifico.


O processo foi bastante demorado... Desisti muitas vezes e perdi a paciência mais vezes ainda. Até fechar o primeiro casamento. =)

Hoje estamos começando a fazer eventos sociais de verdade. Perdi o medo, empino o nariz, entrego o meu cartão e “chego chegando”.

Em duas semanas fechamos três casamentos. Não sei se é um bom número, mas pra mim é a prova fiel de que estou no caminho certo.

Já quis ser veterinária, professora e psicóloga. Aos 27 descobri que eu quero ser é decoradora.

Eu quero é fazer a parte boa da festa. Colorir, florir, planejar, desenhar, idealizar.

Eu não sou conceituada, não sou conhecida e nem formada. Mas eu sou curiosa, tenho um pouco de habilidade, bom gosto e gosto muito do tema.

Um dia conversando com uma amiga - quase jornalista - ouvi a frase que marcou presença: “Quando eu escrevo é como se eu fosse um menino adolescente obrigado a jogar vídeo-game 24 horas por dia.”.

A frase fez - e faz - total sentido na minha vida... Foi quando decidi me dedicar ao que amo. Decidi que quero passar o resto da vida sendo um adolescente obrigado a “jogar vídeo-game” 24 horas por dia.

Estou inscrita num curso de eventos e a faculdade pode não ser muito mais do que teoria... Mas eu quero essa parte também.

Quero tudo! Porque eu não consigo esconder a alegria de ter me encontrado e orgulho que sinto quando alguém elogia algum trabalho meu.

3 comentários:

Uma mãe a mais disse...

O melhor da vida é sabermos para onde estamos indo. E vc agora sabe. Fico imensamente feliz por vc, e por ter podido participar (mesmo que um pouquinho) dessa sua rotina. E sei bem que vc vai dar muito mais que certo...
Parabéns pela fase...

Unknown disse...

ainda bem que vc passou por tudo isso.. talvez vc se tornasse uma advogada chata ou quem sabe uma qualquer outra coisa insuportável... mas não achou a decoração, que "cá entre nós" você leva um jeitinho, né?! rs
Carol Riback

Unknown disse...

ainda bem que vc passou por tudo isso.. talvez vc se tornasse uma advogada chata ou quem sabe uma qualquer outra coisa insuportável... mas não achou a decoração, que "cá entre nós" você leva um jeitinho, né?! rs
Carol Riback